Para efeito operacional podemos classificar violência na sociedade brasileira em três categorias; a violência estrutural, criado pelas desigualdades sociais e suas consequencias como a fome, o desemprego, e todos os problemas sociais que convive a classe trabalhadora. Estão aí incluídas as discriminações de raça, sexo e idade. Cuidadosamente velada, assim é a violência estrutural. A violência de resistência, que expressa o grito de grupos discriminados, criando as transformações. Do ponto de vista dos dominantes são vistos como desordem e disfunção. A delinquencia na terceira forma de violência presente em nossa sociedade, compreende roubos, furtos, sequestros, pilhagens, sadismos, tiroteios entre gangues, delitos diversos sob efeito do álcool, drogas etc. O aumento da criminalidade se alimenta das desigualdades sociais,da alienação dos indivíduos, das desvalorizações de normas e valores morais, do culto à força, do lucro fácil e a perda das referencias culturais.Qualquer forma de violência tem de ser vista em rede, numa sociedade onde os direitos humanos e civis são quase um sonho a conquistar.Não haverá futuro, prosperidade, justiça social e paz enquanto a maioria continuar relegada à pobreza e privado dos seus direitos mais fundamentais. A violência policial respondendo a todo esse processo, do qual também fazem parte. Dividindo o terreno com os marginais, atropelando o código de honra da corporação tornando-se corrompidos.Direito é por definição indivisível, qualquer violação de uma norma implica, violência ao todo. Do ponto de vista filosófico, não há diferença entre o sequetrador e o policial que tortura um prisioneiro, assim como são inimigos da sociedade tanto os estupradores como os invasores de terra. Por isto aqueles que a pretxto de defender a população violam o direito do cidadão estão deflagando uma cadeia de delitos que abala toda ordem do país. Na sociedade em que vivemos é baseada na comparação, na competição e isto aciona a guerra interna, comparando as próprias limitações com as limitações dos outros, mas não dá vida a ninguém. O segredo não está nas mudanças das formas de corporações, mas no respeito a ética, a revisão dos valores sociais, esses aviltados por uma modernidade enganadora.
Em qual sociedade não foi preciso a força policial ? O que é necessário é encerrar-se nos limites de suas atribuições. O princípio do equilíbrio é a estabilidade que não deve servir de pretexto para impedir a acrescentamento de um Estado que não lese os direitos dos cidadãos, para que produza os efeitos desejados e in dispensáveis ao sentimento de nacionalidade.Pôr mais que pense em uma solução viável para a questão das polícias e suas corporações vamos continuar esbarrando na ausência completa do Estado, além dos altos níveis de corrupção, e quando o Estado se ausenta, outro poder, legítimo ou não, toma conta. A política não permite vazios, e o Brasil precisa rever os princípios democráticos, as horas cívicas nas escolas, ressuscitar os heróis e valores que foram negados às gerações novas, coibir a desvalorização do ser.
Direitos Humanos faz parte na formação do currículo da Academia da Polícia Militar, mas há tolerância com os excessos cometidos. Os conselhos comunitários de segurança tem como função estar entre a sociedade e a polícia, é preciso saber que a Polícia está a seu serviço. A exoneração dos militares envolvidos em diversos delitos, abuso de poder, seria uma forma de higienizar a corporação, incentivando aos demais o respeito às normas.
Existe uma grande diferença entre o discurso e a prática na atividade policial. Há progresso, mas esses não tem sido o bastante para apagar o medo e o temor.
É preciso buscar equilíbrio pois a "ditadura do crime", que se instalou, nos conglomerados urbanos pede uma postura unilateral das organizações polícias para construir um novo momento social.É preciso agregar a eles a força da ação do verbo. A ação da polícia precisa ser pautada na pedagogia, orientada para o respeito, defesa e promoção da cidadania. Não podemos esquecer que salvos do militarismo a muito pouco tempo e que a vida política precisa acompanhar o ritmo das transformações e ser eficaz, apesar da prática da corrupção estar entranhada nas práticas políticas do país, forjado no meio autoritário e em ambiente onde a justiça é inoperante. para isto é necessário um maturação lenta, enraizamento social e união de todas as camadas da sociedade.
Por fim é preciso extirpar de seus quadros aqueles elementos que não se ajustam ao perfil policial e concentraremos nossas forças naqueles que são uma ameaça em comum; o crime organizado, as máfias e o poder econômico, sem abrirmos mão da retidão, respeito aos cidadãos que combatem a criminalidade violenta, exigindo soluções viáveis e factíveis, que redundem na efetividade dos direitos humanos. Precisamos nos preocupar muito mais com os formadores de opinião, mas isso é outro assunto, por hora nos resta tomar COLOCYNTIS, santo remédio que socorre os indignados.